Incêndio no Museu Nacional foi causado por curto circuito em ar condicionado - 20 milhões de peças e artefatos. Um trágico evento que nos faz refletir sobre a importância de um sistema de detecção e alarme a incêndios
Incêndio no Museu Nacional foi causado por curto em ar condicionado
Segundo peritos, fogo que destruiu a instituição centenária em setembro de 2018 começou em um dos aparelhos do auditório
Por REDAÇÃO
A Polícia Federal informou, nesta quinta-feira (4), que um curto circuito em um dos aparelhos de ar condicionado foi a causa do incêndio do Museu Nacional, ocorrido em setembro do ano passado. A tragédia destruiu a instituição centenária que fica na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
De acordo com o site G1, o perito Carlos Alberto Trindade, especialista em incêndio que detalhou o laudo do acidente, disse que o primeiro sinal de fumaça foi identificado às 19h13. "O fogo começou no auditório, no pavimento térreo", afirmou.
Outro perito, Marco Antônio Isaac, especialista em eletricidade, informou que foi identificada falha na instalação do sistema de ar. "Um dos três equipamentos não possuía aterramento externo e não havia disjuntor individualizado para cada um deles", disse.
Carlos Trindade disse que testes foram feitos no piso do auditório com matérias combustíveis distintos, como álcool, gasolina e diesel. Segundo ele, o objetivo era confrontar as marcas provocadas no piso pelas chamas geradas com esses materiais com as que foram formadas após o incêndio. “Não identificamos nenhuma marca provocada por material propagador de chama”, ressaltou.
"Ninguém está a salvo de um incêndio como o do Rio, é possível que isso aconteça. Mas temos sistemas de segurança que normalmente nos permitem agir imediatamente em caso de risco de incêndio",
Especialistas no assunto podem indicar as melhores medidas, analisando cada edificação e suas particularidades
Diversos Sistemas estão disponíveis para evitar ou minimizar essas tragédias, sendo necessário um conjunto de medidas que devem ser adotadas para evitar snistros como esse. Sempre a partir de um Plano Prevenção Contra incêndio sendo alguns deles fundamentais e obrigatórios como :
Sistema de compartimentação, com portas corta-fogo e divisórias específicas nas escadas, o fogo não se alastra por todos os lados, limitando os riscos de propagação do incêndio.
Proteção passiva contra incêndios envolve várias medidas, que começam muito antes da sua prática propriamente dita.
Implementação de um sistema de segurança começa com pesquisas, estudos para identificar as medidas melhores a serem tomadas e que melhores se adequam a determinada situação e lugar; testes de incêndio para testar, certificar a qualidade deste ou daquele produto; medição em testes de laboratório; simulações para teste de desempenho do sistema.
Selos e colas metálicas fecham pequenas aberturas sendo que os selos expandem com o calor criando uma barreira de resistência ao fogo.
No caso da compartimentação são empregados sistemas de vedação de passagens de cabos elétricos e dutos.
Todos esses recursos devem fornecer proteção por um Tempo de Resistência Requerido ao Fogo (TRRF), determinado por normalizações e legislações locais, no Brasil normalmente entre 30 e 120 minutos.
Os sistemas de proteção passiva contra incêndio (PPCI) empregam técnicas que utilizam materiais resistentes à ação do fogo e o recurso da compartimentação para isolar o ambiente evitando que o fogo se alastre ao confiná-lo a um determinado compartimento, sendo que detectar o incêndio rapidamente um dos fatores que impedem oa grandes tragédias
Então, por que incêndios como os do Museu Nacional do Rio (2018) e o do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo (2015) ainda ocorrem se a tecnologia poderia evitá-los? Como um museu com 200 anos e patrimônio de 20 milhões de itens pode virar apenas cinzas?