Hospital Badim fecha 14 acordos de indenização cinco meses após incêndio que matou 25 pessoas
Hospital Badim fecha 14 acordos de indenização cinco meses após incêndio que matou 25 pessoas
Ao todo, 103 pessoas tiveram que ser internadas após tragédia. Valores dos acordos são tratados sob sigilo. Com interdição de um prédio do hospital, funcionários foram demitidos por falta de recursos.
A direção do Hospital Badim, que foi atingido por um incêndio no último 12 de setembro, fechou acordo de indenização para apenas 14 vítimas ou familiares de pacientes afetados na tragédia. Após o acidente, 103 pessoas afetadas tiveram que ser internadas - nem todas entraram pedidos de indenização.
De acordo com a administração do hospital, diversos outros casos encontram-se em andamento em caráter confidencial. Há também negociação de indenização a terceiros, como o caso de pessoas vizinhas da unidade, que afirmam que foram afetadas.
Ao todo, 25 pessoas morreram após a tragédia - 13 de causas relacionadas ao incêndio e 7 de causas naturais. Há 5 ainda com avaliação inconclusiva.
Segundo o Hospital Badim, a unidade procurou “apoiar às vítimas e seus familiares, respeitando e acolhendo suas necessidades”. Mesmo após 5 meses do incêndio, o hospital afirmou que “mantém aberto os canais de suporte por meio do qual vêm atendendo as mais diversas demandas dos envolvidos”.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incêndios foi aberta na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A CPI, presidida pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL), investiga desde novembro incêndios que ocorreram no Rio, como o do Museu Nacional, em setembro de 2018; do hospital Badim, na Tijuca, Zona Norte do Rio, que deixou 23 pessoas mortas, sendo a maioria idosos; e da whiskeria Quatro por Quatro, no Centro do Rio, em outubro.
A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento e a 18ª DP (Praça da Bandeira), responsável pelo caso, segue ouvindo familiares das vítimas do incêndio. Além disso, uma nova perícia ainda será realizada no hospital.
Demissão de funcionários
O G1 apurou que a unidade fez na última quarta-feira (19) a demissão de vários funcionários. Procurada pelo G1, a direção do Hospital Badim nega crise financeira, mas confirma que houve dispensas. O número total de dispensas, no entanto, não foi revelado.
A unidade hospitalar é composta por dois edifícios, um deles foi interditado após o incêndio e ainda passava por reformas nesta quinta-feira (20). O hospital informou que não tem mais condições de continuar com todos os colaboradores e lamentou as demissões.
Ainda de acordo com a unidade, “todos os esforços foram feitos para que boa parte deles [os funcionários] fosse aproveitada na unidade 2 do Badim”. O hospital desejou ainda boa sorte aos demitidos na procura de uma nova vaga de emprego.