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O Desenvolvimento da Indústria e as reais necessidades na Prevenção e Combate a Incêndios. Nenhum investidor ou empresário lúcido, colocará suas finanças, em uma indústria prestes a pegar fogo.

O Desenvolvimento da Indústria e as reais necessidades na Prevenção e Combate a Incêndios. Nenhum investidor ou empresário lúcido, colocará suas finanças, em uma indústria prestes a pegar fogo.

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O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA E AS REAIS NECESSIDADES

Por José Henrique Preto Rodrigues 

Basta conversar e perguntar quanto à tecnologia para qualquer pessoa nascida nas décadas de 40 e 50 para perceber que de fato eles são a geração que mais perceberam o avanço tecnológico até o momento. Embora de origem simples ou não, ambos jamais imaginariam – com os olhos daquela época – uma televisão com definição em 4K, como as que existem hoje. O mesmo se aplica à indústria de calçados, de brinquedos, alimentícia, química e petroquímica. A tecnologia naturalmente vai sendo empregada às ocupações e atividades humanas e industriais. De maneira análoga à da televisão, imaginar a capacidade produtiva e polos industriais de hoje com os olhos de décadas anteriores, também parecia inimaginável.

                  Ente Novembro de 2017 e Novembro de 2018, o número de substâncias químicas, orgânicas ou inorgânicas saltou de 134 milhões para 144 milhões de substâncias e hoje (Março 2019) 147 milhões. São treze milhões de substâncias químicas a mais em pouco mais de um ano. Cada substância para ser sintetizada necessitou de pressão anormal, temperaturas extremas e diferentes tipos e sequências de reações. Em um cenário otimista, parte dessas substância abrangem determinadas demandas de mercado e começam a ser produzidas em maior escala e com isso o inventário de equipamentos ou unidades de processos inteiras passam a ser montadas, aumentando sistematicamente o potelcial de emergência do polo industrial.

                  Notamos que a tecnologia aplicada às necessidades cotidianas pessoais culminam no início de processos industriais. Basta olharmos para um isqueiro e observar o quanto de tecnologia empregada em processos tecnológicos foi necessária para aquele pequeno objeto. Podemos pensar por exemplo na indústria petroquímica e suas respectivas tecnologias desde a extração do petróleo a até o envase do gás – deve ser considerado também a tecnologia que teve que ser desenvolvida para a fabricação do maquinário; a quantidade de tecnologia empregada em cada passo e suas derivações são incalculáveis. Podemos levar em consideração nesta análise a indústria de polímeros, de metais, o transporte e etc. Basta isso para notar que qualquer tipo de intervencionismo estatal sobre segurança ou emergência em processos industriais e sobre a economia geram apenas atrasos e falta de competitividade, afinal, é impossível verificar as minúcias de cada processo a partir de um ponto de vista generalista. Quanto à economia, isso já foi provado por Ludwig Von Mises antes mesmo da Segunda Guerra Mundial; mas pensando em resposta a emergências industriais, percebe-se uma hegemonia estadista, onde quase a totalidade dos profissionais acreditam e desenvolvem suas atividades profissionais com os olhos voltados a apenas aos critérios em que o Estado ou a Federação taxam como obrigatórios, ou seja, desenvolvem suas atividades apenas superficialmente do ponto de vista da efetividade, mas de maneira completa do ponto de vista de normativas estatais.

Faço abaixo uma breve análise das aplicações da tecnologia em diferentes ramos de pesquisa com a visão voltada apenas para a produtividade.

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Todos os setores produtivos buscam por inovação – de produtos de processos – e isso é o milagre da concorrência que ocorre no capitalismo. Concorrentes na busca incessante de produzir mais e mais barato culminam em processos industriais mais eficientes e em um produto de qualidade que seja consumido de forma massiva - de maneira direta e indireta – e com isso, naturalmente aumenta o potencial de risco de cada etapa do processo de produção, onde naturalmente ocorre uma demanda maior de fontes de temperatura, pressão e reatividades diversas. O objetivo industrial deve ser sempre produzir mais e mais barato.

                  A mesma tendência se verifica quanto a tecnologia é aplicada a materiais, onde pode-se criar uma liga metálica que suporte mais temperatura e pressão – ideal para processos industriais agressivos e podem também aumentar o rendimento de determinadas reações químicas. O que às vezes passa despercebido, é que estes avanços em materiais mais resistentes resultam em explosões com maior quantidade de energia envolvida.

                  O avanço tecnológico aplicado ao processamento de dados presenteou a indústria com equipamentos muito mais sensíveis e com um processamento de dados cada vez maior e com isso, maior confiabilidade na segurança de processo resultando em processos produtivos com menor número de interferências negativas, afinal, qualquer variação mínima pode ser percebida a partir de salas de controle e o processo pode ser corrigido antes de qualquer catástrofe; da mesma forma, beneficou a atividade de pesquisa com equipamentos com muito mais precisão e exatidão.

                  O processo de industrialização é inerente à evolução humana. Basta notar que hoje não precisamos mais caçar para nos alimentarmos, afinal, a indústria se encarrega de nos oferecer este serviço. Com isso, determinadas técnicas deixaram de ser passadas às gerações – como a caça – e novas técnicas passaram a ser ensinadas – como profissões da indústria, como a mecânica, elétrica, logística e a emergência também. 

                  Observa-se, então, do ponto de vista de atendimento a emergência industrial, que devido à especificidade de cada processo industrial, faz-se necessário um estudo específico a cada unidade de fabricação e processo com o objetivo de desenvolver melhor a capacidade de resposta a emergências proveniente de cada indústria. Não digo aqui para abolir qualquer Instrução Normativa ou Norma Regulamentadora que exista, mas digo que é necessário restringir e limitar a interferência do Estado quanto a estes assuntos relacionados a segurança e emergência em áreas de indústrias privadas.

                  Do ponto de vista da segurança do trabalho, basta verificarmos como exemplo a Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) – onde os membros da comissão passam por um curso de 20 horas para atuarem na prevenção de acidentes nos locais de trabalho. Compare o nível de conhecimento de um integrante da CIPA com qualquer auditos de OHSAS ou ISO com vasta experiência de vida que venha auditar uma empresa. Não é difícil notar a disparidade de conhecimento, sem contar que a própria NR 5 abre as portas para sindicatos atuarem dentro de instituições privadas, onde historicamente, instituições estas que foram usadas de forma massiva para a ascensão do governo nazista da Alemanha e culminou em pelo menos 5 milhões de mortos, vítimas do holocausto (abordarei mais especificamente este assunto em um artigo específico).

                  Pensando em emergências industriais, um exemplo acessível a todos é a IT 17 no Estado de São Paulo, que estabelece, por exemplo, o cálculo da quantidade de brigadistas, carga horária do treinamento, recursos materiais necessários e conteúdo programático estabelecido. Qualquer curso oferecido às indústrias que sejam mais específicos e aplicáveis às necessidades precisas da indústria, são dados como inválidos perante o Estado, ou seja, retira a liberdade e reduz sistematicamente a capacidade de resposta da indústria. Podemos tomar como exemplo ainda dentro desta Instrução Técnica os modelos adotados em tópicos no corpo da norma, como: “Plano de Abandono” ou “Ponto de Encontro”, onde, para indústrias que possuem produtos químicos tóxicos e em casos de vazamentos não é nem de longe a melhor opção, ou seja, novamente a norma se faz ineficiente quanto à especificidade de riscos. Para empresas que nada possuem, é importante que se estabeleça o mínimo, porém, devido às demandas e realidades industriais de grandes indústrias nacionais e multi nacionais que possuem profissionais especializados em emergências da própria planta, consultoria e corporações de bombeiros próprias, deve ser dada a liberdade de agirem de maneira específica às necessidades da planta ou em acordo com companhias seguradoras, limitando o poder do Estado sobre elas.

                  Do ponto de vista apenas econômico, nenhum investidor ou empresário lúcido colocará suas finanças em uma indústria prestes a pegar fogo ou prestes a ter uma tragédia que resultará na morte de pessoas e terá consequentemente uma crise (prejuízo da imagem da empresa).

                  Acima de tudo, o respeito à vida e ao meio ambiente deve estar acima de qualquer paradígma criado historicamente pela sociedade. Se existem soluções mais específicas e mais efetivas criadas e/ou desenvolvidas com este objetivo, estas devem ser aplicadas com liberdade. Como notamos, as interferências criadas pelo Estado não necessariamente são efetivas devido à complexidade industrial; quando soluções são desenvolvidas especificamente de acordo com o processo e de fato são mais efetivas, na maioria das vezes estão fora da padronização específica já estabelecida de maneira normativa. 

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