Resistência ao Fogo em Portas de Elevadores - Avaliação da Laboratórios do IPT Desenvolvem Nova Metodologia para Ensaios
ATUALIZAÇÃO DA NORMA – Segundo o pesquisador do IPT, a ABNT NBR NM 207 e a nova ABNT NBR 16755 são idênticas no que diz respeito à elevação padronizada de temperatura, ao corpo de prova e ao forno de ensaio. A principal diferença está nas exigências de equipamento adicional na avaliação do desempenho da integridade da porta de pavimento de elevador.
Laboratórios do IPT desenvolvem nova metodologia para ensaios de avaliação da resistência ao fogo em portas de elevadores
O Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões e o Laboratório de Bioenergia e Eficiência Energética do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) trabalharam em conjunto no desenvolvimento de infraestrutura e dos equipamentos para a implantação da nova metodologia voltada a ensaios de avaliação da resistência ao fogo em portas de pavimentos de elevadores.
Algumas portas empregadas em edificações têm como função fazerem parte de um sistema de proteção passiva contra incêndio, com o objetivo de conter o seu avanço e, assim, garantir que os danos provocados pelo fogo e pela fumaça fiquem restritos às imediações do local de origem, permitindo a saída segura das pessoas do edifício e facilitando as operações de combate e resgate.
No caso de portas de pavimento de elevador, a ideia é evitar que um eventual incêndio em um pavimento se alastre para outros por meio da caixa de elevador. “Dessa forma, esses elementos construtivos devem ser avaliados conforme normas específicas de ensaio, que permitam comprovar a capacidade de resistirem ao fogo”, explica Carlos Roberto Metzker de Oliveira, pesquisador do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões.
No Brasil, as portas de pavimentos de elevadores eram submetidas até 2022 ao ensaio de resistência ao fogo conforme a norma ABNT NBR NM 207 ‘Elevadores elétricos de passageiros - Requisitos de segurança para construção e instalação’.
Nova norma estabelece classes de resistência ao fogo em função do tempo de desempenho atingido para cada critério durante o ensaio, ou seja, integridade, isolação térmica e/ou redução de radiação |
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Em 2017, criou-se uma comissão especial de estudo na ABNT para o desenvolvimento de um novo método de ensaio, baseado em norma europeias, com a participação de pesquisadores do IPT. Após dois anos de discussões foi publicada a nova norma ABNT NBR 16755 ‘Requisitos de segurança para construção e instalação de elevadores — Inspeções e ensaios — Determinação da resistência ao fogo de portas de pavimento de elevadores’.
ATUALIZAÇÃO DA NORMA – Segundo o pesquisador do IPT, a ABNT NBR NM 207 e a nova ABNT NBR 16755 são idênticas no que diz respeito à elevação padronizada de temperatura, ao corpo de prova e ao forno de ensaio. A principal diferença está nas exigências de equipamento adicional na avaliação do desempenho da integridade da porta de pavimento de elevador.
“A norma ABNT NBR NM 207 exigia somente a avaliação da integridade do corpo de prova em razão da presença de chama na face não exposta ao fogo e de sua posição estável durante o período de ensaio; já a norma ABNT NBR 16755 exige, além dos critérios da norma antiga, também a verificação da integridade em função da taxa de vazamento medida na abertura de fechamento da porta, bem como, para alguns casos, os critérios de redução da radiação e de isolação térmica na face não exposta do corpo de prova”, explica o pesquisador do IPT.
É importante pontuar ainda, segundo Oliveira, que a nova norma também estabelece classes de resistência ao fogo em função do tempo de desempenho atingido para cada critério durante o ensaio, ou seja, integridade (E), isolação térmica (I) e/ou redução de radiação (W).
A partir da publicação da norma, os dois laboratórios do IPT se mobilizaram para a implantação da capacitação necessária, qualificando o Instituto para a prestação do novo tipo de serviço. Os pesquisadores e técnicos trabalharam em conjunto no desenvolvimento das novas instalações, que incluem coifa localizada sobre o corpo de prova; tubulações, sondas e ventilador para a coleta dos gases gerados; sensores de temperatura e pressão; rack, composto por filtros, bombas, analisadores e data logger, para a coleta e tratamento dos dados. Além disso, houve a necessidade de adaptar todos esses elementos à infraestrutura já existente do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões.
“Os ensaios em porta de elevador pela norma ABNT NBR 16755, a princípio, sempre serão realizados em conjunto, ficando a cargo do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões a parte do ensaio de resistência ao fogo e do Laboratório de Bioenergia e Eficiência Energética a coleta dos dados e a medição da taxa de vazamento”, enfatiza Oliveira.